Ao director da EMA e ao comissário de saúde
BRUXELAS PERMITE A PÍLULA DOS 5 DIAS SEGUINTES SEM RECEITA
BRUXELAS PERMITE A PÍLULA DOS 5 DIAS SEGUINTES SEM RECEITA
No dia 21 de Novembro, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) mudou o status de venda da pílula anticonceptiva EllaOne (pílula dos 5 dias seguintes). A partir de então ela pode ser vendida sem receita em toda a União Europeia.
Segundo a explicação oficial, trata-se de facilitar o acesso às mulheres da União Europeia. Supostamente, trata-se de evitar gravidezes inesperadas e abortos. Não obstante, a experiência com a pílula do dia seguinte em todos os países europeus nos quais é vendida sem receita é que os abortos aumentam, ao contrário do que se diz e se espera. A razão é muito simples: cria-se uma sensação de falsa segurança.
A própria ficha técnica do medicamento EllaOne diz o seguinte:
“Não se recomenda a administração reiterada de EllaOne dentro de um ciclo menstrual, já que não se investigou a segurança nem a eficácia de EllaOne depois de uso contínuo no próprio ciclo menstrual.”
Como se pode permitir o uso sem controlo médico de um produto cujas recomendações reconhecem que “nem a segurança nem a eficácia foram investigadas”?
A ficha técnica também assinala que o EllaOne é um “método de uso ocasional”. Acrescenta que “em nenhum caso deve substituir um método contraceptivo convencional”. Não é contraditória a venda sem controlo com o suposto “uso ocasional”?
Como se não bastasse, não existem estudos sobre os efeitos a longo prazo deste medicamento. Como é possível que um medicamento de futuro incerto e de presente discutível seja vendido sem controlo médico? Só há uma resposta possível: razões políticas.
Recentemente a EMA proibiu a venda do Myolastan (relaxante muscular) depois de ter provocado a morte de cidadãos franceses que abusaram da substância. Os riscos da pílula do dia seguinte são tão graves, que Bayer já ofereceu 2 bilhões de dólares em compensação pêlos danos para evitar as contingências judiciais.
E mesmo assim a Europa está disposta a colocar em situação de risco as mulheres da União Europeia? Não é razoável.
Escreva ao director da EMA e a comissário de saúde e peça que eles reactivem o controlo médico de um produtor que poderia ser muito perigoso para as mulheres europeias e para a saúde pública.